Jaloo é um artista que dialoga intensamente com essa sobreposição de informações que sua geração compila, devora, vomita, consome, dança, respira, come e vomita de novo.
Seu trabalho é a nova brasilidade. Ele canta em PT BR com um sotaque de Castanhal e uma boca desavergonhadamente mestiça, indígena, cabocla do Brasil profundo. Com postura global inteligente, ele se posiciona politicamente frente a questões de gênero, identidade cultural e produção eletrônica de qualidade, subvertendo expectativas tradicionais do que se espera de um músico e sua banda.
Ooops... Jaloo é a própria banda.
Quando desconstrói a musicalidade de seu Pará – já um amálgama de Caribe, Sirimbó, Guitarradas, Carimbó, Tecnobrega... –, o artista derruba os clichês de um país que não cabe mais dentro dos velhos clichês assumidos como valores identitários.
Seu corpo é canvas para experimentações estéticas lo & hi tech. Sua poesia é pop, das ruas. Singelas traduções das emoções mais banais que não precisam de dicionários.
Em tudo, a imagem que fica é aquela do índio que desceria das estrelas. Ele já está entre nós.
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